Motivado pelo sonho de construir o primeiro carro elétrico do Norte/Nordeste do Brasil, um grupo de estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) já está trabalhando no projeto que deve ser levado à uma competição nacional que acontece em novembro na cidade de Piracicaba, em São Paulo. Estamos falando do Fórmula E UFPB, equipe que reúne mais de 40 jovens de cursos como Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção, Administração e Design. O Carangos PB visitou o centro de estudo deles e aproveitou pra bater um papo sobre vários detalhes do projeto que envolve o desenvolvimento do primeiro carro elétrico do Norte/Nordeste do Brasil.
Ao dar início no planejamento do projeto, os estudantes deixaram claro que não queriam somente fazer um carro que funcionasse e tivesse capacidade de completar as provas, mas sim que o resultado tivesse entre os melhores deste cenário no país. Para isso, contam com a supervisão do professor doutor em Engenharia Elétrica, Euler Cássio Tavares de Macedo, que é vice-diretor do Centro de Engenharia Elétrica da UFPB, e financiamento da UFPB e patrocinadores (ajude você também). A equipe do projeto é dividida em oito áreas: Baterias, Business, Estrutura, Freio, Motor, Powertrain, Sensoriamento e Suspensão.
Motor elétrico tem torque máximo de 71 kgfm
De acordo com Filipe Cavalcanti, capitão de motor do Fórmula E UFPB, o carro utiliza uma série de baterias de lítio ferro fosfato - gerando um total de 300 volts. O bloco elétrico pesa 30 kg, gira a 2.200 e tem torque máximo de 71 kgfm (algo parecido ao de um Audi RS6). A autonomia é de cerca de 25 km com uma carga - o suficiente exigido por uma das provas mais longas da competição que acontece em novembro. A aceleração de 0 a 100 km/h, segundo a expectativa da equipe, será feita em 3 segundos. O peso total do carro (contando com o piloto) ficará na casa dos 350 kg.
Baterias em conjunto vão gerar 300 volts
O estudante Antônio Felix, capitão de estrutura, fala sobre o projeto
"A maior diferença do projeto em desenvolvimento na UFPB fica por conta da inédita estrutura do compartimento de baterias. Ainda não podemos revelar do que se trata, mas isso trará muitos benefícios ao nosso carro.", revela Antônio Felix, capitão de estrutura do Fórmula E paraibano. "O tamanho do carro também merece destaque. Conseguimos reduzir bastante o comprimento, chegando a cerca de 2,5 m.", completa Felix.
Rafael Carneiro, capitão de suspensão, nos falou um pouco sobre o aprendizado com o projeto do ano passado - que não foi concluído. "Em 2016 apanhamos bastante do projeto, mas neste ano chegamos a um ponto de maturidade ideal. O maior problema, agora, é a falta de investimento financeiro para otimizar o nosso carro. Cerca de 20 mil resolveria isso.", afirma o estudante em tom de animação. Para angariar investimento público, os estudantes criaram até uma campanha de arrecadamento. As doações começam em R$ 10. A gente sugere: não deixe de ajudar.
O sonho dos estudantes está perto de virar realidade, mas ainda precisa da sua contribuição
Segundo Luana Ramos, que faz parte da área administrativa do projeto, a expectativa é ter pelo menos um mês de testes com o carro antes da competição nacional. "Eu estou muito confiante com a equipe em si, principalmente pela experiência que já tivemos com o carro a combustão.", revelou a estudante.
Saiba mais sobre o projeto:
Caso tudo saia como o planejado, a equipe da Fórmula E UFPB já tem até planos para o próximo ano. Isso inclui a adoção de sistema de Controle de Largada, uma redução no peso total do carro e, por fim, um BMS - tecnologia para o gerenciamento de baterias.